quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Combustível solar quer seduzir carros e aviões

A descoberta na Suíça de um combustível para carros e aviões feito com energia solar enfrenta agora seu principal desafio: conseguir um lugar ao sol no mercado.

Cientistas de duas universidades da Suíça desenvolveram uma nova maneira de fazer um combustível neutro em carbono. Eles esperam que ela possa se tornar comercialmente viável até o fim da década.


A técnica envolve a separação de água e dióxido de carbono dentro de um reator, concentrando a energia solar no ciclo termoquímico.

Os raios solares são concentrados até uma força de 1.500 sóis e direcionados em um reator contendo um óxido de metal chamado cerium. Água ou CO2 são inseridos e despojados de seu oxigênio pelo cerium criando hidrogênio e monóxido de carbono - conhecido como syngas ou gás sintético.

Esse gás pode ser facilmente transformado em combustível líquido para carros convencionais e aviões de linha. O processo inteiro só usa energia do sol e os veículos emitem apenas o carbono originalmente extraído da água ou do CO2 na criação do combustível.


Melhorar a eficiência

As primeiras experiências bem sucedidas - realizadas por equipes da Escola Politécnica Federal de Zurique (ETH Zürich), do Instituto Paul Scherrer, no cantão de Aargau, e do California Institute of Technology - aproveitaram cerca de 0,8% da energia solar utilizada na reação.

A próxima meta é aumentar a eficiência para níveis acima de 15%, de acordo com Aldo Steinfeld, professor de mecânica e engenharia de processos na ETH.

"No atual baixo nível de eficiência, o combustível produzido seria muito mais caro que os combustíveis convencionais", disse à swissinfo.ch. "Quem vai pagar duas ou três vezes mais para reabastecer seu carro com gasolina solar ao invés da tradicional?"

"Mas, assim que alcançármos o alto nível esperado, estaremos prontos para o caminho da comercialização", acrescentou.

A produção comercial do combustível solar deve ser possível até 2020, de acordo com a equipe. Para isso seria necessário construir instalações com torres solares para gerar os megawatts de energia solar equivalentes aos 2.000 watts usados nos testes de laboratório.


Barreiras comerciais

Tal projeto solicitaria, inevitavelmente, a participação da indústria e do capital de risco. Mas o setor de tecnologia limpa está cheio de boas idéias que não conseguiram vingar no mundo comercial, de acordo com Rolf Hartl, da “Swiss Oil Association”.

"O problema é que o resultado pode ser bem diferente no laboratório em comparação com a produção em escala industrial", disse à swissinfo.ch. "É crucial implantar tais projetos no caminho certo".

Rolf Hartl lembra da excitação inicial que houve com o projeto de substituir combustíveis fósseis por hidrogênio, há 20 anos atrás, e que hoje tem sido posto meio de lado por causa dos obstáculos do mundo industrial. "Mas eu não gostaria de ser muito negativo porque a energia solar é gratuita e abundante, o que torna este projeto muito interessante", disse.

A decisão da ETH em não patentear a descoberta causou um certo espanto, já que a instituição estuda uma forma de comercializar a idéia. A ETH optou contra a proteção de patentes "para permitir mais pesquisas" durante os dez anos necessários para obter o sucesso esperado pelo setor industrial.

Mas Steinfeld está convencido de que combustíveis limpos produzidos com energia solar vão render bastante em um futuro bem próximo.

Uma das razões principais é que a abundância de energia solar gratuita tornaria o preço desse combustível menos volátil que a situação atual do petróleo e do gás. Além disso, a oferta ilimitada da energia do sol também ajuda a manter a estabilidade dos preços.

Steinfeld está convencido de que os argumentos ambientais terão a palavra final sobre o futuro do abastecimento mundial de energia.

"Em algum momento o preço dos combustíveis fósseis vai refletir a poluição que causam ao meio ambiente. Nós acreditamos que quando esses custos externos forem levados em conta, o preço da gasolina solar será o mesmo da gasolina convencional ou até mesmo mais barato do que ela", declarou Steinfeld.

"Ainda levará alguns anos, mas tenho certeza que isso vai acontecer no futuro".


Fonte: Matthew Allen, swissinfo.ch
Adaptação: Fernando Hirschy

Cimento transparente ajuda a economizar energia


A Shangai World Expo 2010 acabou há algum tempo, mas só agora algumas das coisas mais bacanas apresentadas lá começaram a aparecer.

O cimento transparente, por exemplo, é uma invenção do grupo italiano Italcementi e foi usado para construir o pavilhão do país na China durante a exibição.

O novo material vem sendo pesquisado desde junho de 2008. Batizado de i.light, ele é um uma união de resinas especiais que, ao serem misturadas no cimento comum, resultam em um material sólido, porém semi transparente. A mistura não causa rachaduras na obra e permite uma bela economia de luz.

Fonte: http://eco4planet.com

Reator usa sol, água e CO2 para gerar combustível


Um reator capaz de produzir rapidamente combustível a partir da luz solar, com o uso de dióxido de carbono e água, é a novidade descrita por um grupo de cientistas na edição atual da revista Science

O processo, que emprega também um óxido do raro metal cério, é semelhante ao observado no crescimento das plantas: o uso de energia do sol para converter dióxido de carbono em polímeros baseados em açúcar, isto é, compostos orgânicos.

Os compostos derivados da fotossíntese podem perder oxigênio por meio da degradação no subsolo durante milhares de anos (cujo resultado são os combustíveis fósseis como o petróleo) ou por um processo muito mais rápido de dissolução, fermentação e hidrogenização, empregado na produção de biocombustíveis.

Até agora, a conversão de luz solar em combustível químico não se mostrou um processo eficiente e a geração de combustível solar, na prática, continua distante.

Na nova pesquisa, William Chueh, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, nos Estados Unidos, e colegas demonstram um possível modelo de reator para essa produção.

No modelo, a luz solar é concentrada para aquecer o óxido de cério a uma temperatura suficiente para que o oxigênio se desprenda de sua estrutura. O modelo então também tiraria átomos de oxigênio da água ou do dióxido de carbono para substituir os que foram perdidos no óxido, resultando na produção de hidrogênio e de monóxido de carbono.

O hidrogênio e o monóxido de carbono que sobraram podem ser combinados de modo a produzir combustíveis por meio de uma nova catálise, de acordo com a Info.

O modelo conta com uma abertura para permitir a entrada de luz solar de forma concentrada e desenhada de modo a refleti-la internamente por múltiplas vezes, garantindo a captura eficiente da luz. Peças cilíndricas do óxido são posicionadas dentro da cavidade e passam por centenas de ciclos de aquecimento e esfriamento de modo a induzir a produção de combustível.

Fonte: http://eco4planet.com