quinta-feira, 29 de abril de 2010

A grama gera eletricidade para você

Tendo em mente as necessidades verdes do futuro, alguns designers industriais mudaram sua mentalidade para máquinas que são eficientes e que reduzem a eliminação de carbono. O designer David Veldkamp também está na mesma trilha que leva a ”verdura” com o seu conceito futurista, ele o chama de LawnPC.

Esta máquina verde gera todo o poder que tem a partir de células solares que foram incorporados na grama e ficam em cima do PC. A grama verde é, na verdade, feita de tecido de algodão natural, que leva impresso nelas algumas células solares. O uso de algodão natural aqui faz com que essas lâminas sejam biodegradáveis. São necessárias centenas dessas lâminas para gerar todo o poder do sistema, à taxa de cerca de 60 watts por hora.

A energia aproveitada por estas palhetas é transferido para a bateria plugada ali, e que fica na parte inferior de cada lâmina. Este poder de abastecer gramado é removível, então quando há grandes melhoramentos tecnológicos, você pode alterar o hardware em seu sistema.
O LawnPC é totalmente sem fios, o que permite a você fazer seu trabalho onde quer que você esteja. Uma vez que toda a eletricidade é gerada pela própria máquina, ele também acaba com um monte de problemas envolvidos na clandestinidade daqueles fios escondidos debaixo do tapete. Além disso, a CPU se conecta sem fio para o monitor, o que lhe dá liberdade de mecher no PC á distancia.
Este conceito único de PC não precisa de nenhum ventilador para resfriar seus componentes. O fluxo de ar natural entre o gramado é o suficiente para ventilar o sistema.Tudo que você tem que ter certeza é qeu deve colocar o sistema junto a uma janela ou um respiradouro, onde se pode obter toda a luz e ar que ele necessita. O Lawn é removível, portanto pode ser também usada para alimentar outros dispositivos eletrônicos em sua casa, tais como a sua TV LCD.
Fonte: hiipertenso.blogspot.com

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Bioeletricidade: energia é captada diretamente das plantas

Recentemente, cientistas franceses construíram uma biocélula capaz de aproveitar um composto intermediário da fotossíntese das plantas para gerar eletricidade.

Agora, cientistas da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, foram além, e capturaram a eletricidade diretamente das plantas, sem a necessidade de uma biocélula.

Bioeletricidade

A fonte da energia usada pelos pesquisadores de Stanford também é a fotossíntese.

Mas, em vez de hackearem as folhas das plantas, eles literalmente plugaram um fio nas células de algas marinhas responsáveis pela fotossíntese e capturaram diretamente o fluxo de elétrons que elas produzem.

"Nós acreditamos sermos os primeiros a extrair elétrons de células de plantas vivas," diz o Dr. WonHyoung Ryu, coordenador da pesquisa, destacando que o experimento pode ser o primeiro passo rumo à geração de bioeletricidade de alta eficiência.

Roubando elétrons

Ryu e seus colegas desenvolveram um nanoeletrodo ultra fino, feito de ouro, inicialmente projetado para sondar células vivas individuais.

Eles inseriram cuidadosamente os eletrodos através das membranas das células de algas. As células "abraçaram" os eletrodos, selando a membrana ao seu redor, o que as permite manterem-se vivas por algum tempo.

Os eletrodos coletam os elétrons no interior das células fotossintetizadoras e os transmitem para o exterior, criando uma pequena corrente elétrica.

"Nós continuamos nos estágios científicos da pesquisa," alerta Ryu. "Nós estamos lidando com células individuais para provar que podemos colher os elétrons."

Cloroplastos

As plantas usam a fotossíntese para converter a energia da luz em energia química, que é armazenada nos açúcares que elas utilizam como alimento.

Esse processo acontece nos cloroplastos, verdadeiras usinas de força das células, onde são produzidos os açúcares e que são também os responsáveis pela cor verde das folhas e das algas.

Nos cloroplastos, a água é quebrada em oxigênio, prótons e elétrons. A luz do Sol penetra no interior do cloroplasto e excita os elétrons para um nível de energia mais alto, o que faz com que ele seja prontamente capturado por uma proteína.

Os elétrons passam por uma série de proteínas, que sucessivamente capturam mais e mais de sua energia para sintetizar os açúcares - até que toda a energia dos elétrons seja gasta.

Geração de energia sem liberação de carbono

Neste experimento, os cientistas interceptaram os elétrons assim que eles foram excitados pela luz, quando estavam em seu nível mais alto de energia.

O resultado, destacam eles, é uma produção de eletricidade que não libera carbono na atmosfera. O único subproduto da fotossíntese são os prótons e o oxigênio.

"Esta é potencialmente uma das fontes de energia mais limpas para a geração de eletricidade. Mas a questão é, será ela economicamente viável," pergunta-se Ryu.

Nanoenergia

Cada célula de alga produz 1 picoampere - uma quantidade de energia tão pequena que seria necessário plugar eletrodos em 1 trilhão de células fotossintetizadoras para gerar a energia disponível em uma pilha AA.

Ainda assim, a eficiência na conversão da energia luminosa em eletricidade atinge 20% - equivalente à das células solares fotovoltaicas. Mas os cientistas afirmam que, teoricamente, deve ser possível se aproximar dos 100% de eficiência.

O problema mais sério, contudo, é que as células morrem depois de uma hora. Os cientistas ainda não sabem se elas morrem por causa de vazamentos na membrana celular ao redor do eletrodo ou se é porque elas estão perdendo a energia que seria necessária aos seus processos vitais.

O próximo passo da pesquisa é aprimorar os eletrodos para que a célula possa viver mais tempo. Eletrodos maiores deverão conseguir capturar mais eletrodos. E cloroplastos maiores podem capturar mais energia por área.

Bibliografia:

Direct Extraction of Photosynthetic Electrons from Single Algal Cells by Nanoprobing System
Seoung-Jai Bai, Joong Sun Park, Zubin Huang, Jeffrey Moseley, Tibor Fabian, Rainer J. Fasching, Arthur R. Grossman, Fritz B. Prinz
Nano Letters
Vol.: 10 (4), pp 1137-1143
DOI: 10.1021/nl903141j
Fonte: Site Inovação Tecnológica

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Microgeração: um pequeno grande negócio

Por Roberto Devienne Filho*

A microgeração de energia elétrica está a cada dia assumindo um novo papel no setor elétrico, passando de uma atividade centralizada e de exclusividade de grandes e médios grupos empresariais para uma atividade cada vez mais democrática em que até pessoas físicas podem assumir o papel de um microgerador de energia elétrica.

As mudanças são sutis e necessárias, embora a maioria das entidades e pessoas tenham uma certa aversão a mudanças, temendo pelas conseqüências a seus negócios. Vejamos a mudança pelo que passaram o setor de telefonia e internet, desde os serviços IP e a transmissão de dados pela própria rede de distribuição (PLC) que está revolucionando a democratização do acesso à informação.

Mas, muito pelo contrário, a microgeração de energia elétrica não será uma ameaça às concessionárias, e muito menos à segurança da rede, e sim uma importante ferramenta para redução de perdas e melhoria da qualidade da energia, possibilitando melhor gerencia da rede, uma aliada ao conceito smart grid hoje em discussão no setor.

A tendência da microgeração de energia elétrica em países europeus envolve uma grande quantidade de prestadores de serviços, bem como de fabricantes de equipamentos para atender à crescente demanda, e para comprovar isso basta uma pesquisa na página de busca da interent pelo termo “microgeração de energia” para obter 29.400 referências sobre o assunto.

Outra tendência a favor da microgeração é a interatividade com o conceito samrt grid, pois permite ao gerenciadores de redes prover controle da carga dos clientes conectados, bem como de suas unidades geradoras, obtendo assim o melhor aproveitamento da rede elétrica em todos os sentidos.

Esta área proporcionará a criação e alavancagem de diversas novas indústrias e tecnologias para atender à crescente demanda por estas tecnologias no Brasil. A exemplo disso, podemos destacar algumas empresas ná área de biogás, mini-hidráulicas e eólicas que têm surgido nos últimos anos para atender às demandas em áreas mais isoladas. Com a possibilidade de uso de alguma destas tecnologias em áreas urbanas conectadas às redes de distribuição, a demanda aumentará significativamente e um novo mercado estará estabelecido.

Haverá, consequentemente, a viabilização de diversas novas tecnologias hoje ainda em fase experimental nas diversas universidades brasileirias e centros de pesquisa, culminando com uma segunda onda de avanço tanto na direção dos equipamentos como na prestação de serviços ncessários para gerenciamento e uso da microgeração.

Neste contexto, o Microgerar, que acontece nos dias 4 e 5 de maio, em São Paulo, irá apresentar os aspectos relacionados à incorporação da microgeração distribuída ao sistema interligado brasileiro sobre a visão do Ministério de Minas e Energia, bem como a visão do legislador sobre a forma de projetos de lei da Câmara e do Senado.

De forma a apresentar um paralelo e referências para os stakeholders brasileiros, será mostrada a experiência de profissionais da Alemanha e Portugal; e a visão empresarial será apresentada por importantes associações brasileiras das áreas de geração e cogeração de energia.

Durante o evento, ainda haverá a discussão sobre as particularidades tecnológicas associadas à cada fonte de energia mais popular hoje no Brasil e seu papel na microgeração de energia, como é o caso da microgeração com sistemas fotovoltaicos, microgeração hidráulica, eólica e de biomassa e biogás. Os gargalos tecnológicos, técnicos e regulatórios serão debatidos por diversos especialistas de cada ramo, bem como pelos empresários de cada setor que atuam na fabricação destes equipamentos no Brasil.

O Microgerar é um importante evento para diversos públicos envolvidos no planejamento e operação de sistemas elétricos, empresários dos mais diversos setores produtivos brasileiros, fabricantes de equipamentos, planejadores de governos estaduais e municipais e demais atores envolvidos com a área de energia, pois irá agregar a informação inovativa e profissionais das áreas em debates inéditos ao setor elétrico.

* Roberto Devienne Filho é secretário executivo da Renove, possui mestrado na área de Energia, já atuou em projetos de energias renováveis na região Amazônica, trabalhou na Aneel na regulação dos serviços de distribuição de energia elétrica. Desde 2006, atua junto à Renove com a promoção de políticas públicas para energias renováveis junto à Câmara dos Deputados e Ministério de Minas e Energia, onde tem acompanhado a evolução de diversas legislações e projetos de lei. É coordenador pela Renove junto ao Consórcio Energia Limpa & Renovável financiado pela USAID Brasil e tem atuado nas iniciativas relativas à conexão à rede de sistemas fotovoltáicos, a exemplo do Projeto Estádios Solares para a Copa 2014.


Serviço

Microgerar – 2º Seminário e Mostra de Microgeração Distribuída: Políticas Públicas e Tecnologias

Data: 4 e 5 de maio

Local: São Paulo – Centro de Eventos do Tryp Paulista

Mais informações: www.microgerar.tmp.br

terça-feira, 20 de abril de 2010

Brasil desenvolve motor de foguete espacial à base de etanol

Motores para foguetes são desenvolvidos no Brasil à base de etanol, considerado mais limpo e seguro/Imagem: Edge of Space

Tradicionalmente, a propulsão dos foguetes é feita de forma sólida, mas há cerca de 15 anos o Brasil iniciou um programa de pesquisa sobre propulsão líquida, que tem como base o etanol nacional. O objetivo é dar um impulso no setor, considerado bastante atrasado em relação aos Estados Unidos e a Rússia.

Liderado pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), o programa busca movimentar futuros foguetes por meio de um combustível líquido mais seguro e limpo do que o propelente à base de hidrazina, empregado atualmente – composto por substâncias corrosivas e tóxicas.

“Os propelentes líquidos usados atualmente no Brasil estão restritos à aplicação no controle de altitude de satélites e à injeção orbital. Eles têm como base a hidrazina e o tetróxido de nitrogênio, ambos importados, caros e tóxicos”, explicou à Agência Fapesp o engenheiro José Miraglia, professor da Faculdade de Tecnologia da Informação (FIAP) e líder do grupo que desenvolveu os novos propulsores de foguetes.

Na primeira fase do projeto, o grupo, em parceria com a empresa Guatifer, testou motores e foguetes de propulsão líquida com impulso de 10 newtons (N), com o objetivo de avaliar propelentes líquidos pré-misturados à base de peróxido de hidrogênio combinado com etanol ou querosene.

“Os testes mostraram que o projeto é viável tecnicamente. Os propulsores movidos com uma mistura de peróxido de hidrogênio e etanol, ambos produzidos em larga escala no Brasil e a baixo custo, apresentaram o melhor rendimento”, afirmou Miraglia.

Vantagens

De acordo com o engenheiro, a mistura apresenta algumas vantagens em relação à hidrazina ou ao tetróxido de nitrogênio, ambos usados atualmente. “Ela é muito versátil, podendo ser utilizada como monopropelente e como oxidante em sistemas bipropelentes e pré-misturados. O peróxido de hidrogênio misturado com etanol apresenta densidade maior do que a maioria dos propelentes líquidos, necessitando de menor volume de reservatório e, consequentemente, de menor massa de satélite ou do veículo lançador, além de ser compatível com materiais como alumínio e aço inox”.

Segundo Miraglia, na segunda fase do projeto o grupo pretende construir dois motores para foguetes de maior porte, com 100 N e 1000 N. “Nossa intenção é construir um foguete suborbital de sondagem que atinja os 100 quilômetros de altitude e sirva para demonstrar a tecnologia”, adiantou.

Atualmente, não existe no Brasil foguete de sondagem a propelente líquido. “Todos utilizam propelentes sólidos”, acrescentou José Miraglia.

Fonte: blog.eco4planet.com

sábado, 17 de abril de 2010

São Paulo testa ônibus que leva bicicleta

Desde o final da semana passada, circulam pela cidade de São Paulo os Bike Bus, ônibus especialmente adaptados para transportar bicicletas.

A ideia é da concessionária Sambaíba, cujos veículos circulam principalmente nas regiões norte e central da capital.

O projeto ainda não está oficialmente em teste – ou seja, os usuários ainda não podem usufruir do serviço. Porém carros vazios com as estruturas fixadas na frente do chassi, capazes de carregar duas bikes, já deram algumas voltas pelas ruas paulistanas.

A SP Trans informa que, como ainda não foi entregue oficialmente para testes, as linhas de atuação dos Bike Bus ainda não foram estabelecidas. Assim que lançado, no entanto, circulará primeiramente em linhas que passam perto de parques e ciclofaixas.

A Secretaria Municipal de Transportes tem planos de estudar a implantação em toda a frota da cidade caso o sistema seja aprovado pelos usuários.

Fonte: blog.eco4planet.com

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Aparelho nacional converte energia solar em eletricidade

Pesquisador desenvolve o primeiro conversor nacional de energia produzida por painéis solares. Técnica permite que equipamentos sejam ligados à rede pública e pode significar grande economia.

Em tempos de busca por alternativas energéticas renováveis e limpas, a luz do sol pode ser considerada uma das melhores opções, por ser gratuita e inesgotável. No Brasil, porém, o aproveitamento desse recurso ainda é pequeno e caro. Pensando em uma forma de ampliar a utilização da energia solar no país, cientistas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) construíram o primeiro conversor eletrônico nacional, equipamento necessário para transformar a energia produzida por painéis solares e distribuí-la na rede elétrica.

Para os cientistas envolvidos no projeto, o desenvolvimento de uma tecnologia nacional (1) para esse fim pode baratear e popularizar o uso da eletricidade proveniente da luz natural. “Acredito que isso deverá inaugurar uma nova etapa no aproveitamento da energia solar no Brasil”, diz Marcelo Villalva, engenheiro eletrônico e autor do estudo que resultou no aparelho.

A pesquisa começou quando a Unicamp construiu uma usina de geração solar para fazer experiências com essa tecnologia. “Fiquei me perguntando por que precisávamos comprar os conversores de outros países se nós tínhamos competência para fazê-los aqui?”, conta Villalva. A partir daí, o engenheiro trabalhou durante quatro anos até construir um protótipo de laboratório.

O conversor eletrônico de potência trifásico tem um grau de eficiência de 85%. Os primeiros testes, realizados entre dezembro e janeiro passados, tiveram êxito numa instalação de painéis solares com capacidade de 7,5kW. “Esse conversor substituiu plenamente, durante o período de testes, os três conversores eletrônicos monofásicos que, atualmente, estão ligados aos painéis solares”, atesta Ernesto Ruppert Filho, professor de engenharia elétrica da Unicamp que supervisionou o estudo.

Villalva explica que os painéis solares fotovoltaicos geram energia elétrica na forma de corrente contínua, diferente da utilizada na rede elétrica que abastece as cidades, que é de corrente alternada. Por isso, a energia elétrica gerada por esses painéis não pode ser imediatamente aproveitada para o uso convencional, sendo necessária a utilização do conversor.

De acordo com o engenheiro, o efeito fotovoltaico é a geração de corrente elétrica em materiais semicondutores expostos à luz. “Os fótons luminosos incidem nos átomos do material semicondutor e arrancam elétrons das camadas externas, originando um fluxo de elétrons”, explica. Porém, as células fotovoltaicas produzem pouca energia. Cada painel, portanto, é composto por várias delas. “Normalmente, esses painéis possuem potências entre 100w e 200w. Mas eles também podem ser associados, dando origem a usinas de geração solar fotovoltaica de várias dezenas de megawatts”, esclarece o cientista.

Uso doméstico

Enquanto, no Brasil, a tecnologia de conversores de energia elétrica solar conectados à rede elétrica ainda está sendo desenvolvida, na Europa, nos Estados Unidos, na Austrália e no Japão é comum as residências e prédios comerciais possuírem painéis solares ligados à rede elétrica. “Isso evidencia uma enorme defasagem tecnológica”, afirma Villalva. Segundo o pesquisador, nesses países, qualquer pessoa pode ter em casa um sistema de geração solar conectado à rede elétrica, prática incentivada pelos governos por meio de subsídios, em alguns casos.

Ruppert Filho acrescenta que as vantagens da produção de conversores nacionais são as mesmas do domínio de qualquer tecnologia: não pagar royalties, diminuir a necessidade de importação, facilidade e rapidez de manutenção. Além disso, no caso específico do conversor, o domínio da tecnologia traz a possibilidade de troca de informação entre as concessionárias de energia elétrica, os produtores de energia e os fabricantes dos conversores. “Tudo isso pode resultar em queda do preço de cada quilowatt produzido e, portanto, numa conta menor para o consumidor, quando uma quantidade razoável de geração fotovoltaica existir no país”, aponta.

Tanto Villalva quanto Ruppert Filho vislumbram um futuro próximo no qual qualquer consumidor de energia elétrica — domiciliar, comercial ou industrial — poderá ter painéis fotovoltaicos em sua instalação, produzindo energia elétrica para o seu gasto e vendendo a sobra para a concessionária de energia elétrica. “Para isso, deverá haver uma regulamentação e alterações nos padrões de medição dos consumidores no sentido de que seja possível medir não só a energia consumida da rede elétrica, mas também a energia fornecida à rede elétrica”, diz o engenheiro.

Em nível mundial, a líder em tecnologia na área de energia solar é a Alemanha, onde são instalados 6,5 mil MW (megawatts) de geração fotovoltaica, o que significa metade da energia produzida pela hidrelétrica de Itaipu. Com nível de irradiação solar superior ao da Alemanha, o Brasil poderia se tornar uma potência na geração de energia solar. “O Brasil, um país onde o sol brilha quase o ano inteiro, ainda não aprendeu a usar essa fonte de energia”, lamenta Villalva.

Mais barato

A estimativa é de que o conversor nacional possa custar até 50% menos do que um importado, considerando que o equipamento vindo de fora do país agrega impostos de importação, despesas de frete e os lucros dos distribuidores. O equipamento nacional, além de mais barato, por ser feito no país, não terá a incidência de todos os custos que o importado possui. Para se ter um ideia, um equipamento de 8Kw importado custa cerca de US$ 5 mil (preço nos EUA). No Brasil, chega ao consumidor por cerca de R$ 20 mil. O equipamento nacional deverá custar entre R$ 6 mil e R$ 10 mil.
Fonte: Silvia Pacheco
Disponível em: http://www.correiobraziliense.com.br

quarta-feira, 7 de abril de 2010

O Matador de Passarinho

Alguém sabe sobre a história de quando o Freddy virou ambientalista?
Eu escrevi essa história há mais de um ano, mas só agora envio.
Então vai ai a Pedido do Freddy: O MATADOR DE PASSARINHO

O MATADOR DE PASSARINHO

Por GUSTAVO LEITÃO

Ainda me recordo das férias de janeiro em Uberlândia, na antiga casa de meu pai. A casa era toda linda, para tentar afastar o clima seco de Uberlândia fizeram a casa aberta e arejada. O vento que entrava pela cozinha cortava a casa toda, voltando do primeiro ao ultimo cômodo.

“Que bom que você veio Fred, achei que não vinha mais”. Dizia-lhe, manifestando alegria impaciente pela demora de sua chegada. Explicava-me que vinha do Rio e que estava na casa da tia Mirinha, que sempre gentil e amorosa, ao saber de sua vinda para Uberlândia pediu que me trouxesse uma bolsa de viagem e um boné que muito me agradou. Mas, dentro as bagagens do Frederico havia algo que chamaria minha atenção mais do que os presentes vindo do Rio.

“É uma arma que atira bolinha de chumbo”. Ajudando a desfazer as malas, me deparei com uma caixa em meio às roupas.

Para o resto das férias de janeiro aquela pistola que atirava chumbinhos iria tomar minha atenção e tudo o que pretendia fazer envolvia a arma de chumbo.

“Pra que ir ao Shopping levando essa arma de chumbo” , indagou o primo quando lhe propus que fossemos para o shopping levando a pistola.

“Precisamos saber qual é o efeito do tiro da pistola no corpo humano”. Era a dúvida que o primo carregava. Pediu-me que lhe ajudasse com dúvida descobrindo o potencial ofensivo da arma. “Vou dar um tiro no seu pé, ai você me diz como se sente”. Depois de chorar rios de lágrimas acabou me consolando o trêmulo primo. “Se você parar de chorar e não contar para o seu pai eu te empresto a arma por todo mês de janeiro”.

Estava feito o acordo, era só parar de chorar e não ficar mancando na frente do meu pai e seria minha a arminha de chumbo por todo mês de janeiro.

“Os copos de vidro andam sumindo da prateleira” Observou a funcionária que prestava serviços à família de meu pai, depois da pergunta achei por bem não atirar tanto com a arma de bolinhas de chumbo.

Da rede que ficava na garagem dava para ver os pardais no fio de alta tensão. Dizem que os pardais vieram de Portugal em gaiolas de madeira.

Observando os pássaros portugueses me lembrei de uma história: eram pássaros sobremaneira capazes, num tempo bem distante dos nossos dias. Essa capacidade era tamanha que os pardais se organizaram em sociedade que se estruturou em três grandes poderes: legislativo, executivo e o judiciário. Quem contou a história disse que por causa de uma demência os pardais perderam toda sua capacidade. Segundo contaram, o primeiro foco da doença foi observada no poder legislativo, pois esse aprovava leis que permitiam a destruição das florestas e diplomava pardais envolvidos com corrupção. Logo depois foi a vez do poder executivo e do poder Judiciário. O governante deste primeiro poder indicava ao segundo, pássaros que mau mau sabia voar para ocupar posições de decidir a vida de todos os pardais daquela sociedade de pardais supertodatos.

Aconteceu que a demência foi tamanha que os pássaros voltaram para vida comum e a única sabedoria que sobrou aos pardais foi a de não cantar, porque passarinho que canta acaba na gaiola. É o que me contaram, mas não creio que seja verdade. Que tipo de demência seria essa que tornaria os pardais assim?

“Fred, e se a gente atirasse nos pardais” foi minha grande idéia, que de início não agradou o primo que hesitou. Resolvemos juntos perguntar para o meu pai, “mas atirar em pássaro parado é covardia, voando ainda ele tem chances de escapar”.

Estava decidido iríamos atirar em pássaros voando. O Fred ficou olhando, mas hora nenhuma tentou acertar os pássaros. Fiquei sozinho nessa.

Não me dei por vencido e continuei a insistência, até que ele ofereceu, “olha eu só vou atirar para assustar e fazê-los voar para você tentar acertá-los voando”, no meu íntimo eu sabia que o primo que eu não iria acertar nada, por isso aquela proposta. Não quis mais insistir fiquei observando, enquanto o Fred atravessa a rua, e numa distância que parecia não oferecer nenhum perigo, apontou a arma e disparou. O que ele não esperava era que a arma tivesse uma variação na pontaria, e o desvio fosse suficiente para acertar em cheio o pequeno pardal.

O pobre passarinho português caiu como se colocasse a mão no coração, desceu do fio ao chão rodando rodando com uma asa aberta e outra fechada. O primo Frederico saiu correndo e tomou o pássaro na mão e lamentou, com os olhos arregalados me olhou. O sangue boliviano que fez seus olhos puxados foi o mesmo que circulou adrenalina para pasmar a visão.

Seguiu-se o enterro, num dia incerto do mês de janeiro de 1997. O finado passarinho teve funeral, choro e velas. O caixão do pequeno pardal era um rolo vazio de papel higiênico, o véu que envolveu o corpo penoso do animal era o resto de papel do mesmo rolo.

O pobre primo arrependido seguiu sozinho carregando o finado em uma das mãos, a consciência abaixou-lhe a cabeça. Eu fui atrás segurando a pistola e analisando o primo, fiquei com medo dele querer ir embora pra Belo Horizonte.

Depois daquele episódio eu não vi mais a arminha de chumbinhos, e nem perguntei sobre ela, toda vez que me referia a ela vinham os cascudos. Acho que foi a morte do pardal que transformou o coração do Fred e formou um coração de ambientalista.

Um dia lembrei dessa história quando em um dos seus e.mail vi uma frase assim:

"Todo mundo 'pensando' em deixar um planeta melhor para nossos filhos...
Quando é que 'pensarão' em deixar filhos melhores para o nosso planeta?"

Isso é coisa do Gustavo, meu querido primo!

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Unesp tenta criar versão nacional de piso que gera eletricidade

Único passo de adulto de 60 kg no ‘chão gerador’ produz em média 0,1 watt. (Foto: Photos.com / Jupiterimages)


O viVERDEperto e o G1 publicam abaixo, com exclusividade, reportagem da 7ª edição da revista “Unesp Ciência”, sobre os esforços de pesquisadores da Universidade Estadual Paulista para desenvolver um modelo nacional de piso gerador de energia. Clique aqui para ter acesso ao conteúdo completo da edição.

Uma das mais novas fontes de energia limpa e renovável vem do chão. Ou melhor, do impacto de pés ou rodas que se locomovem sobre ele. Até hoje desperdiçada, a energia gerada por essa vibração começa a ser aproveitada por meio de uma nanotecnologia que emprega cerâmicas dotadas de piezoeletricidade, propriedade que certos materiais têm de liberar elétrons em resposta à pressão mecânica.

A piezoeletricidade foi descoberta pelos irmãos Pierre e Jacques Currie, na França, há exatos 130 anos, e desde então foi aproveitada em várias aplicações comerciais, como em sensores acústicos, isqueiros, câmeras fotográficas, microscópios e relógios de quartzo.


Agora, pelos menos duas empresas estrangeiras oferecem o que vem sendo chamado de “piso gerador de energia”, que é enriquecido com nanomateriais piezoelétricos e pode ser usado em locais por onde passam diariamente uma grande quantidade de pessoas, automóveis, trens e até aviões. A corrente elétrica gerada por esse impacto é então capturada para alimentar lâmpadas, painéis luminosos ou qualquer outro dispositivo elétrico ou eletrônico.

Antes de lançar seu produto no início deste ano, a empresa japonesa Soundpower realizou testes em duas estações de trens de Tóquio, por onde passam cerca de 2,4 milhões de pessoas por semana. O projeto-piloto da israelense Innowattech foi feito entre 2008 e 2009 em rodovias e aeroportos, e a inovação também já está no mercado.

Ainda em 2008, uma casa noturna em Londres e outra em Roterdã (Holanda) começaram a aproveitar a animação de seus clientes na pista de dança, equipada com um piso piezoelétrico, para iluminar a própria pista. Segundo informações da Soundpower, um único passo de um adulto de 60 quilos no chão gerador de energia gera em média 0,1 watt; a Innowattech diz que um quilômetro de pista, sob tráfego intenso, pode produzir cerca de 200 quilowatts por hora (o suficiente para alimentar uma casa por um mês).


Piso maleável


No Brasil, dois cientistas da Unesp se dedicam a estudar a nova tecnologia, com o objetivo de desenvolver um produto nacional. Apesar das experiências bem-sucedidas no exterior, ainda há desafios e espaço para inovação, segundo Walter Sakamoto, da Faculdade de Engenharia do câmpus de Ilha Solteira. “Estamos buscando um material mais flexível e barato”, diz. A flexibilidade está relacionada à durabilidade.

A cerâmica empregada no produto, geralmente o titanato zirconato de chumbo (mais conhecido pela sigla em inglês PZT), precisa se deformar com a pressão mecânica e ser capaz de voltar ao estado inicial uma vez cessado o estímulo – é nesse movimento que se gera energia, mas com o uso, o material vai perdendo essa maleabilidade. “Se a gente usar isso no asfalto de uma estrada, tem de durar muito tempo”, explica o pesquisador.


Para aumentar a durabilidade do material, Sakamoto está estudando uma mistura de PZT com polímeros, diferentemente do que fazem os japoneses, que empregam a cerâmica pura. Outra vantagem, segundo ele, é que dessa forma se pode usar menos PZT para obter o mesmo efeito, o que diminui o custo da tecnologia. Em laboratório, o material obtido até agora, quando pressionado pelos dedos do pesquisador, foi capaz de acender um LED.

Para entender como uma cerâmica pode gerar eletricidade é preciso saber como está organizada sua estrutura em escala nanométrica – um milhão de vezes menor que um milímetro. Para ser piezoelétrico, o material deve ter a estrutura molecular de um cubo um pouco deformado, segundo Maria Aparecida Zaghete, do Instituto de Química da Unesp em Araraquara, parceira de Sakamoto no projeto. “É preciso que haja uma polarização. Assim, uma pequena deformação altera o volume da estrutura, o que faz com que elétrons sejam expulsos”, explica.


Cubo deformado


É possível manipular o cubo deformado de tal forma que ele libere o máximo de elétrons com o mínimo de pressão mecânica, mas a tarefa não é simples. A isso se dedica Maria Aparecida em seu laboratório em Araraquara, que faz parte do Centro Multidisciplinar de Desenvolvimento de Materiais Cerâmicos (CMDMC), um dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT) do CNPq.


Nessa espécie de alquimia nanotecnológica, a pesquisadora estuda, por exemplo, a temperatura e a pressão mais adequadas para a síntese do PZT. O objetivo é otimizar a propriedade piezoelétrica e tornar o processo mais econômico. Usando um método inovador à base de micro-ondas, ela obtém o material em 30 minutos a uma temperatura de 180°C, enquanto o método convencional exige entre 800°C e 1.000°C durante 5 horas.

Sobre o perigo de usar um material que contém chumbo, a pesquisadora afirma que o risco ambiental é baixo, pois o metal não é liberado do composto. Outro desafio a ser superado para que os pisos geradores de eletricidade possam ser usados em larga escala é o armazenamento da energia. Usá-la à medida em que é gerada é fácil. Já estocá-la para usos futuros exige supercapacitores, que são caros e espaçosos se construídos com a tecnologia atual, segundo Sakamoto. “O ideal seria usar nanomateriais para conseguir equipamentos mais eficientes, capazes de acumular muita carga. Estamos pensando nisso.”

Copyright: Unesp Ciência

quinta-feira, 1 de abril de 2010

ECOndomínio no Brasil

A cidade de Florianópolis, em Santa Catarina, será sede do Neo, o primeiro condomínio residencial do Brasil capaz de produzir energia eólica para aquecer a água consumida por todos os apartamentos do residencial.

Para isso, o projeto, que será implantado no bairro Novo Campeche, prevê a instalação de duas turbinas de vento – uma em cada torre do condomínio –, no topo dos edifícios. Apesar de não serem as mais potentes do mercado, as turbinas se destacam pelo design vertical, inovador na área, e também por sua forma de hélice, que dificulta a morte acidental de pássaros, presos nas turbinas.

Para conseguir aquecer toda a água utilizada pelas 24 residências do condomínio, o Neo contará com a ajuda de paineis de energia solar, que atuarão nos dias em que os ventos não estiverem tão fortes. Já nas ocasiões em que houver ventania no residencial e as turbinas eólicas produzirem mais do que o necessário, a energia será utilizada para aquecer a água das piscinas ou, ainda, em outras atividades nas áreas comuns do condomínio.

Baseado em um novo conceito internacional para empreendimentos imobiliários, chamado Next Generation, o Neo ainda contará com sistemas de reaproveitamento da água da chuva e de uso inteligente dos sanitários, além de uma estação de tratamento de água, para reutilizá-la nos jardins e áreas comuns do condomínio.

O projeto desenvolvido pelo arquiteto e urbanista Jaques Suchodolski tem previsão de entrega para o verão de 2012 e pretende ser um empreendimento imobiliário modelo para o Brasil no quesito sustentabilidade.

Fonte: planetasustentavel.abril.com.br