terça-feira, 31 de agosto de 2010

Usinas eólicas no Brasil devem quintuplicar a capacidade instalada até 2013


As usinas eólicas deverão quintuplicar sua capacidade instalada para geração de energia elétrica até 2013. A previsão é do presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Ricardo de Maya Simões. O setor venceu a maioria dos lances dos dois leilões (de energia de reserva e de fontes renováveis) feitos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) esta semana, na capital paulista.

O setor, que hoje tem 744 megawatts (MW) de capacidade instalada, e ainda 1.806 MW em processo de instalação, terá mais 2.047 MW até 2013, resultado dos contratos fechados nos leilões, totalizando 4597 MW.

“Hoje está próximo a mil megawatts [de capacidade instalada]. Ano que vem, será 1.300 MW, 2012 teremos 3,1 mil MW, e em 2013 mais cinco 5 mil MW de capacidade instalada”, disse Simões.

Nos dois dias de pregão, iniciado quarta-feira (25), a energia produzida pelas usinas de bagaço de cana (biomassa) foram comercializadas, em média a R$ 144,20 o megawatt-hora (MWh), a energia eólica – a mais barata – a R$ 130,86, e a das pequenas centrais hidrelétricas (PHC) a R$ 141,93 o MWh.

De toda a energia negociada, as usinas eólicas ficaram com 70% (25% com as de biomassa e 5% com as PCH). Para Simões, o avanço do setor pode ser explicado pelo desempenho da economia brasileira diante de um cenário desaquecido da econômica mundial no pós crise.

“Você tem claramente a economia mundial desaquecida, e o Brasil crescendo a taxas bem interessantes, que faz com que os grandes fabricantes mundiais de máquinas estejam olhando o país como oportunidade da expansão das suas operações. Também vemos que empresariado está entendendo que a descarbonização da economia gera oportunidade de negócios”, afirmou.

Fonte: Reportagem de Bruno Bocchini, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 30/08/2010
http://www.ecodebate.com.br/2010/08/30/usinas-eolicas-no-brasil-devem-quintuplicar-a-capacidade-instalada-ate-2013/

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Concurso seleciona idéias para redesenhar o amanhã

De espuma que captura dióxido de carbono a novas tecnologias de construção de baixo custo, o Earth Awards divulga os finalistas de 2010 nos campos da arquitetura, design, inovação, eficiência, moda e justiça social


Quem ao observar a espuma criada por sapos tropicais para servir de ninho para seus filhotes pensaria: “Eureca! Vou fazer um sistema de captura de dióxido de carbono que ainda gera energia e alimento!”? Pois é, mas os pesquisadores da Universidade norte-americana de Cincinnati pensaram e para reconhecer o mérito desse tipo de idéia é que existe o Earth Awards, que acaba de selecionar os seis finalistas da edição de 2010.

Criado em 2008, o prêmio conta com um painel de jurados de diversas partes do mundo com a responsabilidade de escolher o que de melhor está sendo desenvolvido nas áreas de arquitetura, design, inovação, eficiência, moda e justiça social.

Segundo o próprio lema do concurso, o objetivo é reconhecer designs inteligentes que tem o potencial para melhorar, inspirar e modificar a vida das pessoas.

“Nada é impossível e nada é maior que o poder da parceria para realizar sonhos. Este é o principio fundamental dos Earth Awards: unir grandes idéias a investidores com visão. Uma oportunidade para trazer benefícios para todos”, resumiu Ira Maganizer, presidente da Clinton Climate Initiative e um dos jurados do concurso.

Finalistas

Mais de 500 projetos se inscreveram para a edição de 2010 do Earth Awards e apenas seis acabaram sendo selecionados. São idéias variadas, que passam de novas técnicas de arquitetura e construção a óculos de sol feitos com materiais reciclados de forma artesanal.

Um dos projetos que mais chama a atenção é a espuma da Universidade de Cincinnati que captura luz solar e dióxido de carbono para produzir açúcar. Um processo que pode ser utilizado para reduzir emissões, produzir biocombustíveis ou até mesmo alimentos.

A idéia inicial dos cientistas era copiar de alguma forma o processo de fotossíntese das plantas. Com esse propósito selecionaram e reuniram enzimas de vegetais e bactérias. Mas a grande inovação veio quando precisaram pensar em que tipo de matéria essas enzimas deveriam ser mantidas, ai que apareceu a espuma inspirada pelos ninhos dos sapos tropicais.

As vantagens de usar espuma logo foram percebidas. É um material no qual os cientistas podem inserir as enzimas facilmente, além de ser perfeito para receber luz e que ainda ocupa pouco espaço.

“A espuma pode ser acondicionada perto de ambientes ricos em dióxido de carbono, como chaminés industriais, sem que isso atrapalhe o processo de ‘fotossíntese’ e diferente das plantas, todo o carbono e luz capturados se transformam em açúcar, já que não há perdas para manter as funções vitais do vegetal”, explicou o professor David Wendell, um dos líderes do projeto.

A pesquisa já foi publicada no periódico Nano Letters e está na fase de buscar investimentos para saber se funcionaria em larga escala como em projetos de Captura e Armazenamento de Carbono (CCS).

Entre os projetos ligados a arquitetura, vale destaque a tecnologia de Sustainable Shells, que permite a construção de casas de baixo custo por populações locais utilizando apenas sedimentos do solo e outros materiais de fácil aquisição.

Desenvolvido por professores de Cambridge e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), o processo utiliza conceitos de geometria e antigas formas de maçonaria para tornar possível a construção de residências dignas e saudáveis para pessoas de países muito pobres.

O projeto já pode ser visto no Parque Nacional de Mapungubwe, na África do Sul, onde algumas estruturas já foram construídas. Um programa social de alívio a pobreza foi inclusive estabelecido para empregar dezenas de pessoas na produção dos tijolos de sedimentos prensados para futuras moradias.

A cerimônia de premiação do Earth Awards será realizada em Londres no dia 16 de setembro.

Conheça os outros finalistas.

Imagem: Construções no Parque Nacional de Mapungubwe, na África do Sul, utilizando o conceito de Sustainable Shells

Fonte: Carbono Brasil

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Aparelho reaproveita calor do chuveiro e gera economia

O chuveiro elétrico, utilizado por mais de 110 milhões de brasileiros, muitas vezes é apontado como o vilão dos consumidores de energia. Porém, a empresa REWATT, com o apoio da Companhia Energética de Minas Gerais(CEMIG) descobriu uma maneira de reaproveitar o calor da água do chuveiro, gerando economia de até 50% de energia.
A idéia surgiu quando o tecnólogo José Geraldo de Magalhães foi tomar banho, observou a água quente se esvaindo pelo ralo, e pensou em algum sistema que pudesse reaproveitar esse calor.

Como funciona

O aparelho é simples e funcional: uma plataforma de alumínio, instalada no chão do box aproveita o calor da água quente do chuveiro e a mistura com a água fria, vinda direto da caixa. Em seguida uma mangueira leva a água pré-aquecida até o chuveiro, que terá menos trabalho para esquentá-la.

Vale ressaltar que o contato da água quente com a água fria se dá de maneira indireta, não misturando a água suja com a limpa.

O aparelho é feito de plástico e alumínio e não utiliza nenhum dispositivo eletroeletrônico, evitando possíveis choques ou até mesmo quedas de tensão. Além disso, ele funciona como um tapete antiderrapante e tem fácil instalação.

Economia

Como o chuveiro é um dos principais responsáveis pelos gastos de energia de uma residência, a economia gerada pelo REWATT nas contas de energia no final do mês chega a ser de 20 a 30%.

A economia não é apenas de energia elétrica, se comparada aos sistemas de aquecimento a solar e aquecimento a gás, o REWATT também economiza mais água. Enquanto o sistema de aquecimento a gás necessita de uma vazão de 7 litros por minuto, e o aquecimento a solar de 10 a 12 litros, o REWATT funciona com uma vazão de apenas 3 litros por minuto.

A CEMIG, desde 2007, já doou 7.000 kits REWATT para comunidades carentes através do projeto CONVIVER. Esta redução torna o valor da fatura compatível com a capacidade econômica dos beneficiários, gerando resultados a todos: consumidor, distribuidora de energia, indústria e meio ambiente.

Fonte: www.ciclovivo.com.br

Pesquisadores brasileiros criam coletor solar de alta capacidade

Dois físicos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Luiz Carlos de Lima e Marta Bueno de Moraes, desenvolveram um novo sistema de aquecimento da água por meio da energia solar. A tecnologia consegue elevar a temperatura da água de 60º C para 300º C por meio de nanotecnologia.

As pesquisas, iniciadas no Laboratório de Filmes Finos da universidade em 2004, deram origem à Nano Select, primeira empresa no Brasil a desenvolver por meio de nanotecnologia superfícies seletivas para coletores de energia solar, com alta capacidade de absorção de calor.

Segundo Lima, a nova tecnologia é capaz de reter até 98% do calor emitido pela radiação solar e aquecer a água cinco vezes mais que um aquecedor comum. As superfícies criadas pela Nano Select foram desenvolvidas a partir de filmes de alumínio recobertos com camadas finas de óxidos metálicos e podem ser empregadas em coletores solares para produção de energia térmica e elétrica, por meio de células fotovoltaicas.

A empresa chegou a ganhar o premio de Inovação Tecnológica, concedido pela Finep. Além disso, ela também ganhou acesso a recursos financeiros do fundo Prime, destinado à micro e pequenas empresas inovadoras. De acordo com Lima, graças aos recursos, a tecnologia poderá ser inserida no mercado, em escala industrial, no primeiro semestre de 2011.

Fonte: www.ciclovivo.com.br

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Volta ao Mundo com Emissão Zero

Um grupo de engenheiros deu início nesta segunda-feira a uma corrida de carros ao redor do mundo com veículos elétricos. A energia consumida pelos carros ao longo do período será compensada com geração de eletricidade por fontes renováveis, fazendo com que a corrida tenha "emissão zero" de dióxido de carbono.

Os engenheiros correrão em quatro equipes diferentes, com chegada e partida na cidade suíça de Genebra.

Em 80 dias de corrida, eles planejam dar a volta ao mundo, passando por Berlim, Kiev, Moscou, Xangai, Los Angeles, Cidade do México, Lisboa e outras 150 cidades.

Ao longo do percurso de 30 mil quilômetros, os participantes vão promover coletivas de imprensa e eventos de conscientização sobre o meio ambiente.

Compensação

O evento Zero Emissions Race foi idealizado pelo ambientalista e aventureiro suíço Louis Palmer, que em 2008 deu a volta ao mundo em um carro movido a energia solar. No projeto, batizado de SolarCar, Palmer percorreu 54 mil quilômetros durante 18 meses.

"Nós queremos mostrar que mobilidade elétrica e energias renováveis são uma solução para se ter uma vida ecologicamente equilibrada neste planeta", afirma Palmer.

Em novembro, os engenheiros passarão pela Cidade do México, onde será realizada uma conferência da ONU sobre mudanças climáticas.

Quatro equipes de países diferentes - Suíça, Coreia do Sul, Austrália e Alemanha - vão competir entre si.

Cada uma desenvolveu um carro elétrico diferente. Os carros serão abastecidos com energia elétrica ao longo do caminho, em cada uma das paradas.

Para reduzir as emissões a zero, cada equipe será responsável por gerar a mesma quantidade de energia elétrica consumida pelo veículo no seu próprio país usando apenas fontes renováveis, como energia solar, vento, ondas ou geotérmica. Essa energia é alimentada no sistema elétrico de cada um dos quatro países.

Um dos carros, o sul-coreano Yebbuyana, por exemplo, vai consumir 84,7 watts-hora por quilômetro. Para todo o percurso de 30 mil quilômetros, a equipe terá de gerar 2,54 megawatts-hora - que será produzido por painéis solares na região de Geon-nam, na Coreia do Sul.

Os carros, com lugar para dois passageiros no mínimo, precisam ter capacidade de percorrer no mínimo 250 quilômetros a uma velocidade de 80 quilômetros por hora, antes de pararem para abastecimento.

Por dia, cada carro precisa percorrer no mínimo 500 quilômetros.

A corrida será vencida não por quem chegar antes, mas sim pela equipe que conseguir percorrer o caminho gastando menos energia.

Fonte: G1

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Cientistas aumentam eficiência e reduzem custos da energia solar

Pesquisadores americanos descobrem nova forma de gerar energia elétrica a partir do Sol


O estigma de que a energia solar é cara e ineficiente vai perder força. Cientistas da Universidade Stanford, localizada na Califórnia (EUA), descobriram uma nova maneira de produzir energia elétrica a partir do Sol. O processo combina simultaneamente a luz e o calor da radiação solar para gerar eletricidade. O resultado é um sistema duas vezes mais eficiente quando comparado às células solares existentes. Denominado de Emissão Termiônica de Fóton Aprimorada (PETE, na sigla em inglês, que significa Photon Enhanced Thermionic Emission), a tecnologia pode reduzir os custos da energia solar ao ponto de torná-la competitiva com o petróleo.

“Este conceito marca uma ruptura, é um novo processo de conversão de energia. Não é somente um novo material ou um ajuste diferente”, diz Nick Melosh, professor assistente de engenharia e ciências de materiais de Stanford, que liderou o grupo de pesquisa.

Diferentemente da tecnologia fotovoltaica, que se torna menos eficiente com o aumento da temperatura, o novo processo se sobressai em altas temperaturas. Enquanto a maioria das células solares entra em estado de inércia quando a temperatura atinge 100 ºC, o PETE não atinge o pico de eficiência até que a temperatura ultrapasse os 200 ºC.

A maioria das células fotovoltaicas usam o silício como o material semicondutor para converter a energia dos fótons de luz em eletricidade. Contudo, as células apenas utilizam a luz solar e desperdiçam o calor. Este calor proveniente da luz solar não utilizada e a ineficiência das células correspondem por mais de 50% das perdas da energia solar inicialmente captada pela célula.

Se essa energia desperdiçada pudesse ser capturada, as células solares poderiam ser mais eficientes. O problema é que os sistemas de conversão de calor em eletricidade necessitam de altas temperaturas e a eficiência das células solares cai rapidamente em altas temperaturas.

O grupo de Melosh descobriu que cobrindo um pedaço de material semicondutor com uma fina camada de Césio é possível deixar o material capaz de usar tanto a luz quanto o calor para gerar eletricidade. “O que demonstramos é um novo processo físico que não é baseado nos mecanismos padrões fotovoltaico. Quanto mais quente, melhor”, explica o cientista.

Melosh calcula que o PETE pode atingir 50% ou mais de eficiência, mas se combinado com um ciclo de conversão térmica, pode alcançar 55% ou até 60%, quase o triplo da eficiência dos sistemas existentes, que estão na casa dos 20% de eficiência.

Os pesquisadores garantem que os matérias necessários para construir o dispositivo são baratos e amplamente disponíveis. “O processo PETE poderia realmente viabilizar um grande empurrão para a energia solar”, sustenta Melosh. “Vamos dizer que consigamos aumentar em 10% a eficiência solar de conversão, saindo de 20% para 30%. Com isso, já teremos um incremento médio de 50% sob os padrões atuais”, explica.

Fonte: www.jornaldaenergia.com.br