De espuma que captura dióxido de carbono a novas tecnologias de construção de baixo custo, o Earth Awards divulga os finalistas de 2010 nos campos da arquitetura, design, inovação, eficiência, moda e justiça socialQuem ao observar a espuma criada por sapos tropicais para servir de ninho para seus filhotes pensaria: “Eureca! Vou fazer um sistema de captura de dióxido de carbono que ainda gera energia e alimento!”? Pois é, mas os pesquisadores da Universidade norte-americana de Cincinnati pensaram e para reconhecer o mérito desse tipo de idéia é que existe o Earth Awards, que acaba de selecionar os seis finalistas da edição de 2010.
Criado em 2008, o prêmio conta com um painel de jurados de diversas partes do mundo com a responsabilidade de escolher o que de melhor está sendo desenvolvido nas áreas de arquitetura, design, inovação, eficiência, moda e justiça social.
Segundo o próprio lema do concurso, o objetivo é reconhecer designs inteligentes que tem o potencial para melhorar, inspirar e modificar a vida das pessoas.
“Nada é impossível e nada é maior que o poder da parceria para realizar sonhos. Este é o principio fundamental dos Earth Awards: unir grandes idéias a investidores com visão. Uma oportunidade para trazer benefícios para todos”, resumiu Ira Maganizer, presidente da Clinton Climate Initiative e um dos jurados do concurso.
Finalistas
Mais de 500 projetos se inscreveram para a edição de 2010 do Earth Awards e apenas seis acabaram sendo selecionados. São idéias variadas, que passam de novas técnicas de arquitetura e construção a óculos de sol feitos com materiais reciclados de forma artesanal.
Um dos projetos que mais chama a atenção é a espuma da Universidade de Cincinnati que captura luz solar e dióxido de carbono para produzir açúcar. Um processo que pode ser utilizado para reduzir emissões, produzir biocombustíveis ou até mesmo alimentos.
A idéia inicial dos cientistas era copiar de alguma forma o processo de fotossíntese das plantas. Com esse propósito selecionaram e reuniram enzimas de vegetais e bactérias. Mas a grande inovação veio quando precisaram pensar em que tipo de matéria essas enzimas deveriam ser mantidas, ai que apareceu a espuma inspirada pelos ninhos dos sapos tropicais.
As vantagens de usar espuma logo foram percebidas. É um material no qual os cientistas podem inserir as enzimas facilmente, além de ser perfeito para receber luz e que ainda ocupa pouco espaço.
“A espuma pode ser acondicionada perto de ambientes ricos em dióxido de carbono, como chaminés industriais, sem que isso atrapalhe o processo de ‘fotossíntese’ e diferente das plantas, todo o carbono e luz capturados se transformam em açúcar, já que não há perdas para manter as funções vitais do vegetal”, explicou o professor David Wendell, um dos líderes do projeto.
A pesquisa já foi publicada no periódico Nano Letters e está na fase de buscar investimentos para saber se funcionaria em larga escala como em projetos de Captura e Armazenamento de Carbono (CCS).
Entre os projetos ligados a arquitetura, vale destaque a tecnologia de Sustainable Shells, que permite a construção de casas de baixo custo por populações locais utilizando apenas sedimentos do solo e outros materiais de fácil aquisição.
Desenvolvido por professores de Cambridge e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), o processo utiliza conceitos de geometria e antigas formas de maçonaria para tornar possível a construção de residências dignas e saudáveis para pessoas de países muito pobres.
O projeto já pode ser visto no Parque Nacional de Mapungubwe, na África do Sul, onde algumas estruturas já foram construídas. Um programa social de alívio a pobreza foi inclusive estabelecido para empregar dezenas de pessoas na produção dos tijolos de sedimentos prensados para futuras moradias.
A cerimônia de premiação do Earth Awards será realizada em Londres no dia 16 de setembro.
Imagem: Construções no Parque Nacional de Mapungubwe, na África do Sul, utilizando o conceito de Sustainable Shells
Fonte: Carbono Brasil
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