Eike Batista cria bolsa para agilizar compra e venda de energia
Brix quer operar plataforma eletrônica de negociação a partir de junho.
Bolsa vai atuar no 'mercado livre' do setor elétrico.
O empresário Eike Batista, o homem mais rico do Brasil, anunciou nesta terça-feira (12) a criação da empresa Brix, que pretende lançar, em junho deste ano, a primeira plataforma eletrônica de negociação de energia no país, que pretende se tornar a primeira bolsa de negócios de energia elétrica do Brasil.
Participaram do anúncio, feito em um hotel na orla de Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro, os demais sócios da companhia: os executivos Josué Gomes da Silva, CEO da Coteminas, Marcelo Parodi, CEO da Compass Energia, o economista Roberto Teixeira da Costa, primeiro presidente da Comissão de Valores Imobiliários (CVM), e a empresa Intercontinental Exchange (ICE), única pessoa jurídica da sociedade e líder global de negociação eletrônica em diversos mercados.
A nova plataforma eletrônica vai atender aos cerca de 1,4 mil agentes que atuam no Ambiente de Contratação Livre (ACL), também chamado “mercado livre” do setor elétrico, que representa cerca de 25% da energia consumida no Brasil. De acordo com seus idealizadores, a plataforma é a primeira etapa para a criação de uma bolsa de energia no Brasil.
A principal inovação é a criação de um índice para medir o valor de compra e venda de energia elétrica, o BRIX Spot, que vai medir a evolução de preços a partir das negociações efetivadas. Segundo os sócios da Brix, a perspectiva é triplicar o volume de negócios nos próximos três a cinco anos, dos R$ 25 bilhões estimados em 2010 para R$ 75 bilhões.
“Hoje, a negociação é feita por telefone. O vendedor e o comprador perguntam como vão os filhos, como foi o carnaval e, ao final: o preço. É um processo complexo, lento – as vezes dura dias - e caro. Tem baixa eficiência”, afirmou Marcelo Mello, CEO da Brix. “Com a plataforma eletrônica, a negociação poderá ser feita em segundos, com cliques. É uma redução enorme de tempo e custo”, ressaltou.
De plataforma eletrônica a bolsa de energia em três etapas
Até o momento, já foram investidos R$ 25 milhões na Brix. “E, se houver necessidade, os sócios vão aportar mais recursos”, disse Mello. Ao longo dos próximos anos, a Brix vai desenvolver três etapas para a plataforma eletrônica de negociação. O tempo para cada estágio vai depender da evolução do mercado.
A primeira etapa corresponde ao lançamento da plataforma e ao uso dela pelos agentes no ACL, em junho. Os contratos terão apenas liquidação com entrega, ou recebimento físico de energia elétrica por meio de registro na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
A partir do momento em que houver lançamento de contratos de derivativos de energia com liquidação financeira, a Brix passa ao segundo estágio, ampliando o acesso à plataforma ao permitir a participação de instituições financeiras. Na terceira etapa, a Brix vai propor a criação de uma câmara de compensação e liquidação, permitindo então o lançamento de contratos multilaterais com liquidação financeira.
Plataforma vai permitir eficiência na formação de preço
Mello destacou entre os principais benefícios que a plataforma vai gerar a eficiência na formação do preço de mercado da energia elétrica, e a rápida visualização desse valor. “Isso é muito importante para permitir a tomada de decisões no setor de energia”, afirmou. “A nossa operação vai trazer muita transparência ao mercado. A negociação vai ser muito mais eficiente e direta. A energia elétrica vai se tornar um ativo de investimento”, complementou.
O CEO da Brix também destacou a confiabilidade e confidencialidade do sistema. “Todos os dados são criptografados e armazenados pela plataforma por sete anos”, explicou. “Nós conversamos com todo o mercado e a recepção foi muito positiva. Essa plataforma atende aos anseios de grandes empresas, como Petrobras, Vale, Votorantin, Camargo Correa, CSN, Alcoa”, enumerou Mello. “E a EBX, lógico”, emendou Eike Batista, provocando risadas.
“Eu me considero um guerreiro da eficiência. A ICE é um Facebook do setor elétrico”, disse Eike Batista, elogiando a empresa responsável pelo desenvolvimento da plataforma eletrônica. “Essa plataforma agrega todos os conceitos da modernidade. Trazer isso para o Brasil é sair da era analógica para a digital”, complementou.
Roberto Teixeira destacou o pioneirismo da Brix. “Vai ser a primeira e única bolsa de energia na América Latina. Em todas as portas que batemos, recebemos muita simpatia. Não pedimos nada, não tivemos nenhuma benesse, mas sim muito apoio”, disse ele.
Eike Batista critica energia nuclear
Durante a apresentação da Brix, Eike Batista criticou com veemência a utilização de energia nuclear em todo o mundo. “Depois do acidente nuclear no Japão, acho que o carvão vai voltar com força total”, afirmou. “Tudo o que a humanidade não consegue dominar, é bom sair de perto. Não vai ser possível pagar os custos para as exigências que vão se fazer para novos reatores. Essa conta começou a ficar impagável. É um monstro (a energia nuclear)”, enfatizou.
“Os alemães, que são um povo muito técnico, estão saindo desse setor (de energia nuclear)”, observou Batista. O empresário acredita que as pesquisas, agora, vão se voltar para conseguir extrair gás carbônico das plantas e transformá-lo em biomassa.
“Eu faço uma aposta que os centros de pesquisa do mundo vão descobrir um processo nas próprias plantas parecido com catalisadores de automóveis. Vamos ter uma espécie de catalisador para sequestrar o carbono das plantas”, disse ele. “O CO2 (gás carbônico) vai virar biodiesel”, finalizou.
Brix quer operar plataforma eletrônica de negociação a partir de junho.
Bolsa vai atuar no 'mercado livre' do setor elétrico.
O empresário Eike Batista, o homem mais rico do Brasil, anunciou nesta terça-feira (12) a criação da empresa Brix, que pretende lançar, em junho deste ano, a primeira plataforma eletrônica de negociação de energia no país, que pretende se tornar a primeira bolsa de negócios de energia elétrica do Brasil.
Participaram do anúncio, feito em um hotel na orla de Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro, os demais sócios da companhia: os executivos Josué Gomes da Silva, CEO da Coteminas, Marcelo Parodi, CEO da Compass Energia, o economista Roberto Teixeira da Costa, primeiro presidente da Comissão de Valores Imobiliários (CVM), e a empresa Intercontinental Exchange (ICE), única pessoa jurídica da sociedade e líder global de negociação eletrônica em diversos mercados.
A nova plataforma eletrônica vai atender aos cerca de 1,4 mil agentes que atuam no Ambiente de Contratação Livre (ACL), também chamado “mercado livre” do setor elétrico, que representa cerca de 25% da energia consumida no Brasil. De acordo com seus idealizadores, a plataforma é a primeira etapa para a criação de uma bolsa de energia no Brasil.
A principal inovação é a criação de um índice para medir o valor de compra e venda de energia elétrica, o BRIX Spot, que vai medir a evolução de preços a partir das negociações efetivadas. Segundo os sócios da Brix, a perspectiva é triplicar o volume de negócios nos próximos três a cinco anos, dos R$ 25 bilhões estimados em 2010 para R$ 75 bilhões.
“Hoje, a negociação é feita por telefone. O vendedor e o comprador perguntam como vão os filhos, como foi o carnaval e, ao final: o preço. É um processo complexo, lento – as vezes dura dias - e caro. Tem baixa eficiência”, afirmou Marcelo Mello, CEO da Brix. “Com a plataforma eletrônica, a negociação poderá ser feita em segundos, com cliques. É uma redução enorme de tempo e custo”, ressaltou.
De plataforma eletrônica a bolsa de energia em três etapas
Até o momento, já foram investidos R$ 25 milhões na Brix. “E, se houver necessidade, os sócios vão aportar mais recursos”, disse Mello. Ao longo dos próximos anos, a Brix vai desenvolver três etapas para a plataforma eletrônica de negociação. O tempo para cada estágio vai depender da evolução do mercado.
A primeira etapa corresponde ao lançamento da plataforma e ao uso dela pelos agentes no ACL, em junho. Os contratos terão apenas liquidação com entrega, ou recebimento físico de energia elétrica por meio de registro na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
A partir do momento em que houver lançamento de contratos de derivativos de energia com liquidação financeira, a Brix passa ao segundo estágio, ampliando o acesso à plataforma ao permitir a participação de instituições financeiras. Na terceira etapa, a Brix vai propor a criação de uma câmara de compensação e liquidação, permitindo então o lançamento de contratos multilaterais com liquidação financeira.
Plataforma vai permitir eficiência na formação de preço
Mello destacou entre os principais benefícios que a plataforma vai gerar a eficiência na formação do preço de mercado da energia elétrica, e a rápida visualização desse valor. “Isso é muito importante para permitir a tomada de decisões no setor de energia”, afirmou. “A nossa operação vai trazer muita transparência ao mercado. A negociação vai ser muito mais eficiente e direta. A energia elétrica vai se tornar um ativo de investimento”, complementou.
O CEO da Brix também destacou a confiabilidade e confidencialidade do sistema. “Todos os dados são criptografados e armazenados pela plataforma por sete anos”, explicou. “Nós conversamos com todo o mercado e a recepção foi muito positiva. Essa plataforma atende aos anseios de grandes empresas, como Petrobras, Vale, Votorantin, Camargo Correa, CSN, Alcoa”, enumerou Mello. “E a EBX, lógico”, emendou Eike Batista, provocando risadas.
“Eu me considero um guerreiro da eficiência. A ICE é um Facebook do setor elétrico”, disse Eike Batista, elogiando a empresa responsável pelo desenvolvimento da plataforma eletrônica. “Essa plataforma agrega todos os conceitos da modernidade. Trazer isso para o Brasil é sair da era analógica para a digital”, complementou.
Roberto Teixeira destacou o pioneirismo da Brix. “Vai ser a primeira e única bolsa de energia na América Latina. Em todas as portas que batemos, recebemos muita simpatia. Não pedimos nada, não tivemos nenhuma benesse, mas sim muito apoio”, disse ele.
Eike Batista critica energia nuclear
Durante a apresentação da Brix, Eike Batista criticou com veemência a utilização de energia nuclear em todo o mundo. “Depois do acidente nuclear no Japão, acho que o carvão vai voltar com força total”, afirmou. “Tudo o que a humanidade não consegue dominar, é bom sair de perto. Não vai ser possível pagar os custos para as exigências que vão se fazer para novos reatores. Essa conta começou a ficar impagável. É um monstro (a energia nuclear)”, enfatizou.
“Os alemães, que são um povo muito técnico, estão saindo desse setor (de energia nuclear)”, observou Batista. O empresário acredita que as pesquisas, agora, vão se voltar para conseguir extrair gás carbônico das plantas e transformá-lo em biomassa.
“Eu faço uma aposta que os centros de pesquisa do mundo vão descobrir um processo nas próprias plantas parecido com catalisadores de automóveis. Vamos ter uma espécie de catalisador para sequestrar o carbono das plantas”, disse ele. “O CO2 (gás carbônico) vai virar biodiesel”, finalizou.
Fonte: G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário