quinta-feira, 30 de setembro de 2010

A internet é vilã no consumo de energia: realidade ou ficção?

Um ponto de vista, qual é o seu?

Numerosos artigos publicados nos últimos anos alimentaram a ideia de que a internet é uma grande consumidora de energia. Um exemplo foi a notícia de que a conta de energia elétrica da popular rede social Facebook era de mais de um milhão de dólares.


Há alguns dias, o jornal inglês The Guardian publicou outro artigo relacionado ao tema. Entitulado “O lado negro da computação em nuvem: grandes emissões de carbono", referia-se ao consumo energético despendido pela internet para armazenar nossos arquivos digitais, o que fará com que a pegada de carbono da web se duplique em 2020 (em relação aos níveis de 2007).

No entanto, nem todos os cientistas e especialistas concordam com estas afirmações, sobretudo se levarmos em conta a economia gerada em outros setores.

TreeHugger cita um artigo do Climate Progress sobre o assunto. 


Pesquisador de temas ligados à tecnologia, com numerosos trabalhos publicados, o Dr. Jonathan Koomey explica: "Muitas pessoas acreditam que a energia usada pelos computadores é muito maior do que realmente é, e está crescendo a uma velocidade incrível. Nenhuma destas crenças é verdadeira. (…)Apesar de os computadores consumirem eletricidade, não contribuem tanto para o consumo total de energia. Torná-los mais eficientes é uma boa ideia, mas é ainda mais importante nos concentramos nos recursos proporcionados pela tecnologia da informação para a sociedade como um todo. Os computadores usam uma porcentagem de toda a eletricidade consumida, mas podem nos ajudar a usar os outros 95% de uma forma muito mais eficiente ".

Ou seja: o ponto crucial não é a quantidade de energia que os computadores consomem, mas os benefícios que proporcionam. Como exemplo, Koomey cita a diferença entre baixar um CD de música em vez de sair para comprá-lo fisicamente. Segundo um estudo recente, que levou em conta todos os elos do do ciclo de produção de um produto, baixar um CD reduz as emissões em mais ou menos 40%. Em condições ideais, a economia poderia chegar a 80%.


Não é difícil comprovar isso se pensarmos nos materiais e energia necessários para produzir um objeto, armazená-lo e transportá-lo até os pontos de venda, em comparação com a energia necessária para baixá-lo em um computador. O mesmo se aplica a documentos, fotografias, filmes e todo tipo de arquivos que manipulamos digitalmente. Koomey também refere-se a diversas outras aplicações de todo tipo de tecnologia em edifícios e casas.


Concluindo: "A tecnologia da informação nos permite desmaterializar, reduzir emissões de transporte e nos torna mais inteligentes com mais rapidez. Não há tempo a perder para colocá-la em ação”.

Da próxima vez que um artigo mencionar o alto consumo energético da internet, lembre-se de analisar a questão por estes ângulos.

Fonte: Discovery Channel

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