Com um política de incentivo forte para atrair os investidores e a força dos ventos locais, a Bahia entrou de vez no mapa brasileiro de energia eólica. Nos leilões de fontes alternativas e de reserva que o governo fez no final de agosto, o estado ganhou mais uma posição do ranking, com os 587,4 MW de potência instalada, ficando atrás apenas do Rio Grande do Norte, com 1.064,6 MW. O Ceará, pioneiro neste tipo de alternativa no país, registrou 150 MW.
Investidores como Brennand Energia, Chesf, Iberdrola, Renova Energia, Consórcio Pedra do Reino e SoWiTec do Brasil estão na lista dos vencedores, com projetos de parques eólicos para os municípios de Casa Nova, Juazeiro, Sobradinho, Morro do Chapéu, Igaporã, Guanambi e Pindaí. A previsão é que os projetos entrem em operação a partir de 2013. “Isso é o começo de uma revolução na nossa matriz energética”, avalia Rafael Valverde, professor de Fontes Renováveis de Energia da Unifacs e assessor especial da Secretaria de Indústria, Comércio e Mineração (Sicm).
“Nota-se um interesse cada vez maior dos empreendedores pela exploração da energia eólica. E, desta vez, a Bahia conquistou um resultado incontestável no cenário nacional, confirmando a tendência já percebida no último leilão para o setor, realizado em 2009, quando o nosso Estado causou surpresa ficando na terceira posição em capacidade instalada em energia eólica”, destaca Valverde.
Segundo ele, o estado já tem protocolos assinados com 11 empresas ligadas ao setor eólico para a instalação de um segmento eólico competitivo. Uma delas é a Alstom, fábrica de aerogeradores que está investindo R$ 50 milhões na unidade industrial de Camaçari e projeta faturamento anual de até R$ 1 bilhão, considerando a capacidade máxima. Das outras 10, três delas já iniciaram a implantação de parques eólicos.
A lista, de acordo com a Sicm, conta com a Renova Energia, que está investindo mais de R$ 2,3 bilhões na implantação de 27 usinas; Desenvix, que investe R$ 400 milhões na instalação de três usinas em Brotas de Macaúbas, e a Eólica Energia, que investe R$ 150 milhões em uma usina no norte do estado, região de Sobradinho.
De acordo com Valverde, as empresas estão apostando em energia eólica em função de uma série de fatores, entre eles pesa bastante a forte pressão mundial pela geração de energia limpa, proveniente de fontes renováveis.
“Está caindo por terra o conceito de que esse tipo de indústria é cara. Para se ter uma ideia, historicamente, o preço mais alto em leilões de energia era relativo à energia eólica. Há poucos anos, a oferta girava em torno de R$ 240 por megawattshora (MWh), passando para um preço médio de R$ 122,69 MWh, na modalidade energia de reserva nesse último leilão”, ressalta.
“O preço alcançado especialmente pela fonte eólica nos dois certames deverá promover uma revolução no setor. Ela foi vendida mais barata que as usinas de biomassa e pequenas centrais hidrelétricas”, explica Valverde. (Com informações da Scim e Seinfra).
Fonte: Agência Ambiente Energia
Maravilhoso! Artigo pertinente!
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