O reconhecimento da EPA, que abre uma porta gigantesca para o produto brasileiro nestes tempos de luta contra as emissões de CO2 e aquecimento global, aumenta ainda mais a necessidade de investimentos em pesquisas relacionadas ao biocombustível no Brasil, segundo pesquisadores brasileiros.
– Trata-se de uma excelente notícia para o etanol brasileiro, pois a disponibilidade de um biocombustível avançado comercialmente viável é um elemento importante para a estratégia americana de redução de emissões de gases de efeito estufa. No entanto, a provável abertura do mercado criará uma demanda que só poderá ser suprida se tivermos um grande avanço tecnológico – diz Luís Augusto Barbosa Cortez, professor da Unicamp.
Segundo Cortez, a necessidade de aumento da produção poderá ter tal magnitude que somente seria possível de ser realizada com investimentos em pesquisa para o aprimoramento do etanol de primeira geração e para o desenvolvimento da produção de etanol celulósico – que deverá aumentar a produtividade sem expansão da área plantada de cana-de-açúcar:
– Essa boa notícia precisa ser acompanhada de investimentos para que o etanol tenha melhores indicadores, como custo de produção, redução de consumo de fertilizantes, produtividade agroindustrial, condições de trabalho no campo e redução de queimadas. A sustentabilidade do etanol tem que ser considerada em suas dimensões ambientais, sociais e econômicas.
A decisão não abre o mercado apenas nos EUA, mas em todo o mundo, porque a EPA é reconhecida em todos os países, e o etanol brasileiro provavelmente ganhará importância nas estratégias de redução de emissões de todos eles, comenta Cortez.Para ser considerado um biocombustível avançado, o produto deve reduzir as emissões de gases de efeito estufa em pelo menos 40% em relação à gasolina. Artigos científicos indicaram que a redução do etanol brasileiro variava entre 60% e 90%, dependendo da metodologia.
– Que eu saiba, por esse critério, não há nenhum outro biocombustível avançado comercialmente viável. Os americanos têm esperanças de conseguir essa classificação para o etanol de segunda geração, mas ele ainda não é comercial e quando estiver sendo produzido ainda será muito caro – afirmou Cortez.
A questão ambiental do etanol tem o outro lado da moeda. Segundo estudo publicado no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences, a expansão da área plantada para elevar a produção de biocombustíveis pode forçar criadores de gado a avançar sobre o Cerrado e a Amazônia, gerando deflorestamento e uma consequente emissão maior de gases.
FONTE: Jornal do Brasil, com Agência Fapesp (Fábio de Castro)
Com esse reconhecimento os brasileiros que tem carro flex estão lascado. Pois o foco dos canavieiros vai ser o mercado externo, eles pagão mais, para os brasileiros fica a poluição e a degradação do solo. Bem e isso que eu penso.
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