terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Férias!

Caros Parceiros(as) do viVERDEperto,

Estamos temporariamente fora de área mais sempre ligados.

O Grupo viVERDEperto deseja a todos um FELIZ NATAL e

um ANO NOVO repleto de realizações sustentáveis!!

Deixo um especial das reportagens de 2009, vale a pena ler de novo!

  1. O Papel da Bolívia na Economia Verde Mundial
  2. Energia a partir do trânsito
  3. Green Building in China
  4. Boate Sustentável
  5. Saúde, Bicicleta e Energia Renovável
  6. Tecnologia absorve energia dos carros
  7. Pesquisadores nos EUA descobrem "energia verde" extraída de árvores vivas

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

O que são os Gadgets?

Após a decepção da cúpula climática continua repercutir pelo mundo, vamos falar um pouco de tecnologia: o site TreeHugger apresentou uma interessante seleção de conceitos de gadgets “verdes”, idealizados por geeks ao redor do mundo. A lista é longa e inclui desde aparelhos que transformam insetos em energia, até telefone solares e cadeiras de balanço que produzem energia com o movimento. A seguir, comentamos algumas destas ideias. Hoje, elas podem parecer futuristas, mas em alguns anos, podem se tornar parte do nosso cotidiano.

Imagem: Conceito de lata de lixo recicladora. ©Qianqian Tao.

  • Lata de lixo que recicla: Como seria o mundo se todo o lixo das lixeiras de transformasse em um novo produto? É o que propõe o designer Qianqian Tao com este conceito: uma lata de lixo que recicla papel e o transforma em objetos úteis, como um banquinho ou uma lixeira. Infelizmente, é um conceito difícil de executar, mas pode ser a base para o desenvolvimento de um gadget parecido (quem sabe, em vez de um novo produto, ele possa gerar um novo material);
  • Celular cinético: A designer Susan McKinney, da marca japonesa Kyocera, desenvolveu este protótipo de telefone flexível. Dobrado, ele se reduz a um terço de seu tamanho, e sua bateria pode ser carregada pelos movimentos das pessoas ao utilizar o aparelho, por meio de minúsculos geradores piezelétricos;
  • Fones de ouvido solares: Este conceito foi criado pelo designer Shepeleff Stephen com o objetivo de incorporar células solares em um gadget, mas sem perder o estilo. Como os fones são mais largos, sua superfície consegue absorver a luz solar e oferecer uma boa cobertura acústica;
  • Gadgets “carnívoros”: Um dispositivo que se alimenta de insetos para gerar energia? A ideia parece um pouco maluca (e matar insetos talvez não seja uma ideia muito “verde”, apesar de algumas pragas ameaçarem a saúde humana), mas foi a partir dela que os designers James Auger e Jimmy Loizeau idealizaram dois aparelhos. Um deles é um relógio que se alimenta de moscas, e outra é uma mesa de café que captura ratos e os transforma em energia e adubo. Parece estranho e desagradável, mas com um pouco mais de desenvolvimento, poderia servir para controlar pragas perigosas (lembrem-se que as plantas carnívoras têm sua função no mundo natural).
Os conceitos destes designers e desenvolvedores pretendem, simplesmente, transformar os gadgets em dispositivos mais úteis em tempos de mudança climática. Agora parecem um tanto utópicos, mas há 20 anos não parecia impossível falar pelo telefone olhando para o rosto do interlocutor?

Fonte: TreeHugger e Discovery Channel

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Hopenhagem: COP15

"viVERDEperto é ter esperança!"
Relógio solar aponta a hora H do dia D

O dia D do planeta é hoje! Ambientalistas de todo o mundo esperam ansiosos o desfecho do acordo climático internacional que poderá salvar a espécie mais “inteligente” e, conflitantemente, uma das mais ameaçada do planeta sem o pacto.

Antagonismos na terra de HOPEnhagem não abatem em mim o otimismo e acredito que, como no final feliz dos contos de ninar da minha mãe-terra, consigamos a tão sonhada sobrevivência humana.

“Mas se não conseguimos fazer até agora esse documento, não sei se algum sábio ou anjo descerá nesse plenário e conseguirá colocar na nossa cabeça a inteligência que nos faltou até agora", disse frustado presidente Lula.

Chegou a hora de se conhecer os abençoados e os culpados pelas próximas gerações.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Energia que vem do seu Sangue!

Já ouviu falar nela? É a “Blood Lamp”, uma invenção do designer inglês Mike Thompson, que mais serve para conscientizar as pessoas a respeito do consumo de energia do que, de fato, para iluminar um ambiente.

Ela funciona da seguinte maneira: no formato de uma lâmpada normal, a Blood Lamp deve ser quebrada e, em seguida, um comprimido - que vem junto com o produto - deve ser jogado dentro dela. Trata-se de uma cápsula com Luminol - aquela substância usada pela polícia para detectar marcas de sangue em cenas de crime!

A partir daí, tudo o que o usuário precisa fazer para acender a Blood Lamp é criar coragem e se cortar nos cacos da própria lâmpada quebrada. Em contato com o sangue humano, o Luminol reagirá e produzirá uma luz azul. Assista ao vídeo abaixo para entender melhor o processo.


O designer não especifica, exatamente, quanto tempo a luz fica acesa, mas adverte: cada Blood Lamp só acende uma vez! A ideia é fazer as pessoas refletirem a respeito do próprio consumo de energia.

Afinal, já que a lâmpada só pode ser usada uma vez e o usuário tem que usar o próprio sangue para acendê-la, espera-se que ele pense duas vezes antes de desperdiçar a energia que tem em mãos. E aí, boa ideia?


Foto via Mike Thompson

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Especial Copenhague: COP15

Hoje resolvi quebrar o ciclo de reportagens e posto algumas curiosidades da Conferência Mundial sobre o Clima na Dinamarca, fontes de uma exclusiva jornalista do viVERDEperto. rsrs

Hopenhagen, esperança na estação do metro.
Globo que fica no centro do hall do Bella Centere.

Sala de imprensa.

Polícia prendendo gente na manifestação

A Nobel da Paz Wangari Maathai falando sobre proteção da floresta, num evento super concorrido chamado Forest Day.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Energia sob nossos pés

Natural, renovável e abundante, a energia geotérmica ganha destaque nas ações para conter o aquecimento global. O Brasil também já prevê investimentos nessa área. Em breve, essa será uma opção para aquecer a água de casas e edifícios

Por Juliana Tourrucôo Alves

Revista Arquitetura & Construção - 04/2007

As camadas internas da Terra, como aprendemos nas aulas de geografia, são quentes. Explorar o calor e o vapor emitidos pela água que existe ali é a premissa da energia geotérmica. Na Itália, 32 usinas já aproveitam vapor a cerca de 180º C para movimentar turbinas, gerando 5 milhões de kWh (quilowatts-hora) por ano, o suficiente para atender 2 milhões de famílias. Segundo a Enel, empresa de energia italiana, até 2010 esse índice deve aumentar 13%. Outro país que também usufrui desse potencial é a Islândia, depois vêm México, Portugal, Japão e Alemanha. O Brasil planeja entrar nessa lista. Investimentos estão na pauta da exploração do aqüífero Guarani (maior reserva subterrânea de água doce do mundo, que abrange parte dos estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul). A temperatura de sua água oscila entre 40 e 80º C - capaz de aquecer a água de edifícios ou casas e sistemas de calefação e lareiras. "A exploração dessa energia poderá ser vantajosa nas regiões Sul e Sudeste, mais frias e próximas ao aqüífero. Já o Nordeste ficará empenhado nas energias eólica e solar", aposta o pesquisador Valiya Mannathal Hamza, coordenador da área de geofísica do Observatório Nacional.

De onde veio: depois de várias tentativas, no dia 4 de julho de 1904 o príncipe Ginori Conti acionou os motores da geotérmica da cidade de Larderello, Itália, e cinco lâmpadas se acenderam.

Para onde vai: o desafio é baixar o custo da exploração para montar usinas, cinco vezes mais alto se comparado a outras energias renováveis. Bombas de calor (serpentinas embutidas na terra, que aquecem a água) se tornarão comuns em condomínios brasileiros.

Fonte:http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/energia/conteudo_231671.shtml

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Energia para áreas remotas

Já está em fase de produção industrial um equipamento desenvolvido na Universidade Federal de Itajubá (Unifei), no Sul de Minas, que vai aproveitar a correnteza de pequenos rios para gerar energia. O hidrofólio, como foi batizado pelo seu criador, Geraldo Lúcio Tiago Filho, professor titular da universidade e secretário-executivo do Centro Nacional de Referência em Pequenas Centrais Hidrelétricas (Cerpch), trabalha em rios rasos e lentos, com velocidade de água menor que um metro por segundo. Pode ser aplicado em corredeiras, canais de fuga de centrais elétricas e pequenos cursos d’água. A quantidade de energia a ser produzida – até 15 quilowatts (kw) por unidade, conforme o comprimento do aparelho e a correnteza – pode atender à demanda de 15 famílias.

“O hidrofólio é inédito e foi criado para atender comunidades ribeirinhas isoladas que não têm acesso à energia”, explica Tiago Filho. O mapa da exclusão elétrica no país mostra que as pessoas sem acesso ao insumo vivem, em sua maior parte, em localidades onde o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é baixo. Cerca de 90% das famílias sem acesso à energia têm renda inferior a três salários mínimos e 80% estão no meio rural. Entre 2004 e 2008, o programa Luz para Todos, do governo federal, tirou da exclusão elétrica 1,8 milhão de famílias. Para o biênio 2009/2010 prevê atender 1,1 milhão de novos domicílios.


Fora dessa meta, porém, restaram ao menos 168 mil famílias sem luz. Elas estão espalhadas em estados como Amazonas, Bahia e Minas Gerais e somente poderão ser atendidas a partir de 2011. A sobra, segundo as distribuidoras de energia e os comitês gestores do programa, se divide em 37 mil famílias em Minas Gerais, 41 mil no Amazonas e 90 mil na Bahia. Esse déficit não inclui os novos domicílios erguidos em áreas já atendidas com sistema de energia elétrica, dentro do chamado crescimento vegetativo, que ficaram de fora do programa por conta do alto custo das ligações, da insuficiência de material e de mão de obra na região.

Nascido da necessidade de gerar energia a partir de correntezas de baixa intensidade nos rios, o perfil funciona como uma asa de avião, só que submerso na água. O correspondente do equipamento num avião é o aerofólio. É ele que permite a sustentação do avião no ar. Dentro da água, um aparelho desse tipo passa a se chamar hidrofólio. O funcionamento é simples. A água passa pelo equipamento e ele é empurrado para cima. Quando isso acontece, um dispositivo armado faz a asa girar, perdendo a sustentação, e ela volta a cair. “Isso provoca um movimento oscilatório de cima para baixo”, explica o professor.

Segundo ele, esse movimento é transferido para uma haste articulada, que funciona como um braço do hidrofólio. Isso aciona um gerador instalado dentro do perfil e transforma a correnteza do rio em energia elétrica. A largura do equipamento depende do porte do rio ou do percurso da água e a energia produzida é usada para carregar baterias que podem suprir a necessidade de pequenas comunidades ribeirinhas. “O Sistema Interligado Nacional gera energia e a conecta à rede de transmissão. Quando o sistema é isolado, é necessário garantir uma energia da qual não se dispõe”, observa o professor. A solução permitida pelo hidrofólio é gerar energia a partir de pequenos cursos de água, armazenando-a numa espécie de banco de bateria. “Quando a demanda está alta, a comunidade usa a bateria. Quando está baixa, o sistema recarrega a bateria”, ensina.

O professor conta que os testes de funcionamento do perfil duraram um ano. Agora, o aparelho está sendo desenvolvido comercialmente, dentro de um programa da própria Unifei. “Conseguimos financiamento para melhorar a qualidade do produto, que hoje já tem concepção industrial.” Em 2010, uma empresa incubada na universidade começará a fabricar o hidrofólio. A expectativa é que um equipamento de 1kW seja vendido no mercado por cerca de R$ 14 mil. Os clientes potenciais são as concessionárias de energia, que, segundo a legislação em vigor, têm a obrigação de fornecer o insumo para as comunidades rurais. A expectativa, segundo ele, é atender aos programas de energia alternativa das próprias concessionárias. “Em comparação com os gastos para levar uma linha de transmissão a esses rincões, o hidrofólio sai muito mais barato”, garante Tiago Filho.
Fonte: Jornal Estado de Minas - 27/11/09 - 1o. Caderno - pág. 22

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Fatos & Fotos

"viVERDEperto é apostar na energia renovável"

Fotos (Freddy): Célula fotovoltaica no quiosque da praia de Dunas de Itaúnas

Exaustores eólicos aproveitam a brisa do mar e a abertura no telhado permite maior iluminação natural interior.

Aquecedor solar diminui a dependência e o consumo de energia elétrica

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Renováveis permitem Portugal poupar

Foto: Greenpeace

Em 2015, a utilização de energias renováveis vai permitir a redução das importações, que se traduzirão em poupanças significativas. Tudo porque a produção desta energia vai aumentar 67%.

O desenvolvimento e exploração de energias renováveis em Portugal vai permitir uma poupança de 13,1 mil milhões de euros na importação de energia eléctrica até 2015. A conclusão é de um estudo da consultora Deloitte e da Associação Portuguesa de Energias Renováveis (Apren), apresentado ontem em Lisboa.

Assim sendo, com o recurso a fontes de energia eólica ou hídrica, Portugal vai poder evitar, entre 2005 e 2015, importações de cerca de 30 milhões de toneladas de carvão, 30 mil milhões de metros cúbicos de gás natural, 30 mil gigawatt por hora (GWh) de electricidade e 10 milhões de barris de fuelóleo.

Só em 2008, Portugal importou o equivalente a cerca de 33 mil GWh de electricidade e de combustíveis fósseis que serviram de matéria-prima para a produção de energia. Mesmo assim, o sector das renováveis já contribuiu neste ano para reduzir as importações em cerca de 1,27 mil milhões de euros. As energias alternativas contribuíram, assim, para diminuir em 6% o saldo negativo da balança comercial portuguesa, que ficou nos 21,4 mil milhões de euros, refere o estudo.

Apesar da poupança proveniente de uma maior produção de energias renováveis, Portugal continuará a importar, com um maior foco no gás natural, reduzindo a dependência de fuelóleo e energia eléctrica.

Segundo as previsões do estudo, a produção nacional de electricidade a partir de energias renováveis deverá aumentar 14 mil GWh em 2015 face ao valor registado em 2008, o que corresponde a um aumento acumulado de 67%.

Só em 2008 o aumento da capacidade instalada foi de 10%, atingindo os 8300 megawatts, ano em que a produção de energia através das renováveis foi 28% superior a 2005, atingindo os 20 900 GWh.

Apesar de ter uma representação marginal a nível mundial, Portugal é o quarto país da UE com maior peso de fontes de energias renováveis no consumo eléctrico nacional.

Fonte: http://www.energiasrenovaveis.com/DetalheNoticias.asp?ID_conteudo=328&ID_area=23

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

O Papel da Bolívia na Economia Verde Mundial

Foto: NYT
Por Freddy Leitão

Um país de dimensões consideráveis cuja geopolítica o deixara sem fronteiras físicas acessíveis ao mar, terra de uma população estereotipada como consumidores ou membros de cartéis de coca, a nação mais pobre e menos desenvolvida da América Latina, qual será a importância dessa pátria excluída para a moderna economia do século 21?!

A resposta pode não ser novidade para alguns, mas com certeza será uma das soluções para a pauta da vez: o efeito estufa.

O lítio boliviano, se bem aproveitado, pode não só desenvolver economicamente a Bolívia, como também ajudar a mudança da concepção de sustentabilidade global. Este metal misturado à salinas em Uyuni, está mais perto de você do que imaginas. Ele é a matéria-prima das baterias presentes em 90% dos laptops, 60% dos celulares e em todos os aparelhos de MP3 do planeta. Agora, a indústria automobilística planeja aumentar o mercado de carros movidos à eletricidade e, concomitantemente, o lítio vem adquirindo mais importância no cenário energético mundial.

Uma nova Era se aproxima e governos de todo mundo buscam formas de reduzir sua dependência do petróleo, daí surge a Bolívia – com quase a metade do lítio do mundo – e ganha importância no período pós-petroliano mundial. É uma estupenda oportunidade, contudo o país corre o risco de não aproveita-la corretamente.

Abundante como o lítio em Uyuni, a afeição pela minha segunda pátria faz me preocupar com seu futuro. Filho de um cochabambino naturalizado brasileiro, já estive por lá. Codificado com um DNA andino, carrego em mim as singularidades físicas, humanas e espirituais desse povo. Conheço e respeito profundamente suas histórias, tradições e culturas. Por isso digo que, fruto de violentas e seculares invasões exploratórias desde os primórdios colonialistas sul-americanos, o sentimento de nacionalismo que une os bolivianos, principalmente os índios, será uma barreira à globalização das reservas do precioso metal. Um problema parecido já foi vivenciado pelo presidente Lula, quando um sentimento nacionalista tomou conta do país e fez com que a Petrobrás perdesse parte da sua subsidiaria boliviana.

Outra questão surge, será a Bolívia capaz tecnologicamente de extrair ao passo da necessidade global? Se não tiver condições tecnológicas de fazer a exploração com uma empresa estatal, penso que o Mercosul tem a obrigação de ajudar a desenvolver os países membros semelhantemente como a União Européia auxilia, por exemplo, Portugal. A ajuda teria de ser sob medidas européias e, além fortalecer economicamente o bloco em longo prazo, prepara o continente com fatores chaves para combater as iniqüidades e elevar ao máximo a justiça sócio-democrata na América do Sul. Como isso me parece um sonho, vivo e torço para que não se repita os erros do passado e o governo de Evo Morales firme contratos que beneficiem meus irmãos distantes.

A seguir, posto algumas fotos creditadas ao meu tio Kalinin Vladimir em sua expedição às salinas de Uyuni.









quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Fotos & Fatos

"viVERDEperto é pensar diferente"

Foto: Telhado verde, maior aproveitamento de luz ambiente, madeira reciclada, tratamento dos efluentes e detalhes, como a parede feita de um composto oriundo de caixinhas tetra pack, compõem um novo pensar. (Freddy Leitão)

Visitem: http://www.institutokairos.org.br/

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Biodigestor, uma alternativa de energia limpa

Petrópolis se converteu na capital brasileira da energia limpa graças à tecnologia do biodigestor, um sistema de reciclagem de matéria orgânica

Junho 23, 2009 05:31 PM

Por AFP

A cidade serrana de Petrópolis, a 65 km do Rio de Janeiro, se converteu na capital brasileira da energia limpa graças à tecnologia do biodigestor, um sistema de reciclagem de matéria orgânica que já está sendo utilizado em países como a Nicarágua, República Dominicana, Haiti e Espanha.

O projeto, incentivado pela ONG Instituto Ambiental (OIA), se baseia num princípio simples: o biodigestor aproveita as águas do esgoto para gerar a energia que alimenta as casas de cinco bairros populares da antiga cidade imperial.

O sistema recupera o gás metano produzido naturalmente pela decomposição orgânica e o canaliza para uso doméstico. Este gás causador do efeito estufa, daninho para atmosfera, é, desta forma, aproveitado com um fim útil, conforme explica Jorge Gaiofato, diretor-técnico da OIA à AFP.

O lodo, que se original no processo pode ser utilizado para fertilizar cultivos, e a água remanescente, menos poluída, pode ser vertida em rios vizinhos, algo muito importante num país como o Brasil, onde, segundo estatística oficiais, pouco mais da metade dos municípios tem rede de coleta de esgoto e de tratamento de águas.

"O biodigestor não trata os resíduos sanitários, ele os recicla e reutiliza. Tratá-los é função do governo, pois o volume gerado é muito grande. No entanto, o biodigestor é uma solução para sistemas situados em pontos onde não há rede coletora e de tratamento", acrescenta Gaiofato.

"Cada 10 casas que tratam seus esgotos em biodigestores geram gás para que uma seja autossuficiente", calcula Gaiofato.

Os biodigestores de Petrópolis beneficiam cerca de 30 famílias nos bairros populares de Nova Independência, Vai Quem Quer, Nogueira, Vila Ipanema e Manga Larga. Outros seis aparelhos deste tipo serão instalados em outras partes da cidade, inclusive num condomínio de luxo.

"As medições que fazemos comprovam que a redução da carga orgânica (dos resíduos) chega a 98%", afirma Márcio Salles, superintendente da Águas do Imperador, a concessionária de serviços sanitários de Petrópolis, que adotou o sistema nas favelas da cidade.

Além disso, o custo de um biodigestor "chega a ser três vezes mais barato do que o da instalação de uma rede tradicional de saneamento", conclui.

Segundo a OIA, o custo para a construção de um biodigestor capaz de atender até quatro casas varia de 1.000 dólares a 1.500 dólares.

Há alguns meses, Gean Carlos dos Santos, um professor de 35 anos, casado e pai de Sofia, de seis meses, decidiu trocar a fossa séptica que tinha em casa, na comunidade de Manga Larga, periferia de Petrópolis, por um biodigestor que ajudou a construir.

"Eu tinha uma fossa séptica em casa e, depois de um curso de ecologia, decidi trocá-la pelo biodigestor. Não contaminamos o rio e, além disso, posso usar o biogás", conta ele. Os eventuais vazamentos, explica, podem ser percebidos pelo odor característico do metano ou pelas bolhas em uma piscina de monitoração.

Entusiasmado com o sistema, Gean Carlos, que usa o metano para cozinhar até duas horas seguidas, diz que a poupança com o biogás é grande e que pensa em usá-lo para no aquecedor do banheiro.

"Antes eu comprava um botijão de gás a cada dois meses. Hoje, compro um a cada três meses e meio", assinala.

O sistema revolucionário remonta à conhecida lei do químico francês Antoine Lavoisier, que, no século XVIII, estabeleceu que "na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma".